A tendinite é uma inflamação aguda ou crônica que afeta os tendões e muitas vezes também suas inserções ósseas (apofisite), suas bainhas sinoviais (tenossinovite) ou sua bursa (bursite).
A tendinite geralmente tem origem traumática relacionada a microtraumas causados por movimentos repetitivos realizados durante atividades profissionais, na vida cotidiana ou durante a prática de determinados esportes, e pode ocorrer também quando há atrito entre o osso e o tendão, como uma sequela de uma fratura ou alterações causadas pela osteoartrite.
Os sintomas diferem apenas na localização do(s) tendão(s) afetado(s). Quase dez localizações podem existir na mão e no punho. Normalmente, a tendinite causa dor, que pode estar associado a inchaço local. Em um estágio final de desenvolvimento, pode ocorrer uma ruptura espontânea do tendão.
O tratamento inicial deve ser conservador, com o uso de antiinflamatórios, imobilização e reabilitação. O tratamento cirúrgico só está indicado em caso de insucesso desse tratamento inicial. A cirurgia é mais frequentemente realizada sob anestesia local com sedação. A incisão na pele é centrada no tendão afetado, que deverá apresentar um canal espesso; esse canal deverá ser liberado para que então o tendão em questão seja avaliado com clareza. A intervenção pode incluir, dependendo do caso:
– liberação de aderências ao redor do tendão ligadas à inflamação crônica, – remoção da bainha do tendão (tenossinovectomia),
– excisão de áreas de destruição do tendão (necrose),
– excisão de rugosidade óssea,
– reconstrução do deslizamento do tendão.
Após a operação, às vezes é necessária imobilização temporária seguida de reabilitação.
Os riscos cirúrgicos variam em frequência dependendo do tipo e local da tendinite:
– Recidiva – é mais frequente nas causas ligadas aos gestos repetitivo, quando não há modificação dos hábitos.
– Aderências tendinosas – estão ligadas ao modo de cicatrização do tendão e limitarão o deslizamento dos tendões. Justificam uma reabilitação que pode ser prolongada.
– Rupturas tendinosas – são consequência da fragilidade do tendão. Eles podem justificar em alguns casos, reparo secundário por enxerto ou transferência de outro tendão para substituir o rompido.
– Luxações tendinosas – refletem uma ineficiência do deslizamento do tendão. Geralmente são muito bem tolerados.
– Irritações dos ramos cutâneos nervosos ao redor da cicatriz – eles são responsáveis por dores cicatriciais e distúrbios de sensibilidade. Devem-se a fenômenos inflamatórios ou cicatriciais locais. Eles geralmente se recuperam após vários meses.
– Dor Crônica – uma mão inchada e dolorida, com sudorese seguida de rigidez é rara, mas preocupante (algodistrofia). A evolução é lenta (vários meses ou até anos), é possível o surgimento de sequelas (dores residuais, uma certa rigidez dos dedos e/ou do pulso, por vezes até do ombro).
– Infecção – é possível, mas não está especificamente relacionada à cirurgia de tendinite. Ela é bem fácil de controlar.
– Cicatrizes na mão – demoram vários meses para desaparecer, mas costumam se tornar insensíveis e com boa qualidade estética.
Seu cirurgião está em melhor posição para responder a quaisquer perguntas que você possa ter antes ou depois do procedimento. Não hesite em falar com ele novamente antes de tomar sua decisão.